terça-feira, 27 de setembro de 2016

Cindegorda e a academia de cristal


Ao Sul da República das Bananas, morava uma jovem, linda e fofinha princesa. Ela nasceu em uma época e lugar no qual todos gostavam de comer. Se estavam tristes, comiam para compensar. Se ficavam alegres, comiam para comemorar. Entre tristezas e felicidades, a menina cresceu, cresceu... 

Junto com ela, muitos moradores do lugar também estavam fofos. Foram todos para a academia fazer exercícios. Lá, o ponto mais interessante era a área dos cristais, onde o fiel praticante podia se ver refletido.  A Cindegorda, não caiu nessa da área de cristal. Ela conheceu o belo Narciso e sabia como essa história terminava. Então, tirou o sapatinho, calçou o tênis e foi à luta.



A turma da academia de cristal começou a comer batata doce e alface. Cindegorda preferia coxinha de frango, enroladinho de salsicha, sanduíche de salame e fortaia de queijo Serrano.
Cindegorda malhou, malhou e ainda não emagreceu nada, mas ela tem até a meia noite para perder peso ou encontrar o príncipe encantado que pode chegar a galope na esteira.

Cindegorda é otimista: se nada der certo, ainda tem a abóbora. Caramelada fica boa.



The End

sexta-feira, 23 de setembro de 2016

A gorda na academia e os contos de fadas

O título de hoje é...

A gorda vermelha e a academia do mau



   Era uma vez, uma jovem gordinha que adorava vermelho. Ela era feliz e andava com seu véu esvoaçante vermelhinho sobre sua cabeça. A gordinha vermelha, como era conhecida por todos, saiu de casa com sua linda cestinha na qual ela pretendia colher as flores da primavera. Um belo dia, sem que percebesse, foi conduzida por uma mão misteriosa e invisível do tempo em que ela vivia e que orientava a todos a praticar academia. 


A gordinha vermelha foi falando com os passarinhos pelo caminho, se distraindo com as padarias da vida, beliscando guloseimas aqui e ali até que acabou se deparando com a academia do mau. No horário que ela chegou, muitos vovôs e vovós frequentavam e a sinergia foi imediata. A gordinha vermelha, ingênua - ficou encantada com o lugar e começou a ir lá três vezes por semana. Foi tudo muito natural e alegre até que um dia a gordinha vermelha achou muito estranho os aparelhos que lá estavam e começou a considerar: para quê essas esteiras tão barulhentas?

 Ao que a academia do mau respondia sucessivamente: é para te fazer correr gordinha. E para quê esses halteres todos? É para te deixar mais forte gordinha. E para quê essas cordas de crossfit? É para te destruiiirrrrr.



Fim.

segunda-feira, 19 de setembro de 2016

Quem inventou isso?


 
    A musculação é muito, muito antiga. Há registros históricos de que tenha iniciado na Antiga Grécia com Milon de Creton que costumava levantar um bezerro nas costas, mas o início moderno do fisiculturismo foi mesmo em 1901 com a primeira competição chamada “O Físico mais Fabuloso do Mundo”.  Esse campeonato foi idealizado e realizado por Eugene Sandow em Londres e por isso, ele é considerado o pai da musculação.


 Já o Pilates surgiu nos idos da primeira guerra mundial quando Joseph Hubertus Pilates inventou e aperfeiçoou a técnica em um campo de concentração. 

O Crossfit foi inventado pelo ex-ginasta americano Greg Classman em 2000. O treinamento funcional existe desde 1949 com conhecimentos adotados da fisioterapia nos Estados Unidos e Europa. A técnica funcional mais conhecida foi descoberta pelo Dr. Izumi Tabata em Tóquio.
 


 O boxe já é conhecido desde 1500 a.C., mas a versão mais atualizada surgiu no século 17 com o nobre inglês Marquês de Queensbury que criou as primeiras regras. O boxe foi se consolidando no universo dos esportes com os campeões famosos como Muhammad Ali.


Agora, quem foi o miserável, essa cruza do capiroto com a cuca - que inventou o uso de todas essas modalidades juntas?????  Bonito hein! Pegam uma gordinha ingênua, alegre e faceira na academia e criam um treino com tudo isso junto incluído!
 

Desde que comecei a freqüentar a academia esse ano, já percebi mudanças no espaço físico do local. Além dos tradicionais aparelhos com nomes de alemães, ingleses e russos, tem as bolas, molas e borrachas do Pilates. Gradativamente apareceram pneus de caminhão e cordas do crossfit. Vieram logo em seguida, as camas elásticas e os apetrechos para o funcional. Agora surgem os sacos de areia pendurados ao alto do boxe. Cruzes, isso sim parece um campo de concentração!

 Só falta inserir bezerros carregados nas costas para retornar às origens...

Conclusão: entre narcisos e ninjas, academia é um negócio do mal!

quarta-feira, 14 de setembro de 2016

10 pensamentos do dia



1-      Primeiramente, minhas panturrilhas doem. Segundamente, elas continuam a doer.
2-      Não me entendam mal. Eu não sou coxinha nem petralha. Sou gorda e se fosse obrigada a escolher uma opção, seria com certeza coxinha: porque dá para comer.


3-      Toda a gente bacana tem um plano A e B para as coisas da vida. O vinil, que também era bem bacana, tinha lado A e B. Eu que sou gorda, tenho treino A e B. Não é para ser bacana. É só para sofrer mesmo.
4-      Aparelhos de musculação têm nomes esquisitos. No meu treino B tem Flexão Horiz. Na onda dos nomes esquisitões, achei que era um tipo de aparelho com nome alemão, meio nazista. Não era.
5-      Pensei que o nome do bicho era Horiz, do tipo que se lê “Rôriz”. Bem que podia né? Vai que fosse um aparelho inventado por um parente do Mengele? Esse fazia experimentos genéticos com ares de maldade em humanos. A tal da Flexão Horiz é pura maldade com a panturrilha gorda. Teria lógica...
6-      Foi a Flexão Horiz que acabou com minhas panturrilhas nessa semana e o nome não é alemão, é apenas a abreviação de Flexão Horizontal. (haha)
7-      A Flexão de Coxa Horizontal (o nome certo é esse) deveria trabalhar todo o sistema muscular de pernas e glúteos. No meu caso, ficou tudo concentrado na panturrilha. Pensa em caminhar ou levantar com essa parte da perna inutilizada? Agora eu sei como anda um “perna de pau”.


8-      No meu treino B, tem ainda o exercício de lombar em aparelho. Esse trem mexe com o ciático de gordo.
9-      Agora pensa numa gordinha com dor na panturrilha e no ciático ao mesmo tempo?

10-   Gordinhos com o ciático sensível, descobrem que esse nervo passa por caminhos no seu corpo que você não acreditaria. Ele sai de uma ramificação da coluna, passa por trás nos grandes, muitos grandes glúteos e vai para as pernas. Imagina? Não consegue? Sorte sua!

sexta-feira, 9 de setembro de 2016

Malhando e andando

Eu não tô nem aí para emagrecer! Eu convivo há muito tempo com meu peso extra. Sinto que minhas capas de gordura são como velhas amigas. A gente se entende. Briga, fica nervosa uma com a outra quando tenta comprar uma roupa nova – é bem verdade, mas depois da crise, a gente volta às boas. É como um revestimento fofinho que amortece. É uma burca às avessas que vem de dentro para fora entre a alma da gordinha e a pele que divide o EU com o mundo exterior.


Isto posto, é importante destacar que eu estou na academia por pura necessidade. É o reconhecimento máximo que uma gorda faz de que é preciso cuidar da saúde. Não é um caso de felicidade. É uma urgência. Feliz mesmo eu fico diante de um pedaço suculento e fumegante de pizza. Ahhh, aquele cheiro da química formada pelo contato do manjericão com o queijo derretido e o licopeno do tomate... Ou de uma massa ao pesto, ou de um risoto de aspargos. Para completar o cenário perfeito do meu paraíso seria incluir um “me afogar” em uma taça de vinho com a garrafa aberta ao lado - cheia de possibilidades. Na vitrola um som legal ao estilo do Black Sabbat, Nirvana, Guns, The Who, Talking Heads, Pink Floyd, ou simplesmente virar o fio para Tim Maia, Legião Urbana ou ainda pirar o cabeção com Vicente Celestino e Altemar Dutra. Luz apagada depois dessa orgia alimentar e musical, sem ninguém para encher o saco. 


Só que a felicidade plena é um engodo. Então, volto à realidade. Sei que tenho que achar um ponto de equilíbrio, nem tão ao céu e nem tão ao inferno.

Quando me perguntam se eu já estou emagrecendo depois dos dias que inicie os treinos na academia, tenho que dizer apenas que não sei. Eu não fiz a maldade comigo mesma de passar pela pesagem antes, durante e depois. Não sou caminhão de carga em excesso que precisa passar pela balança para não ser multada. Bom, ao menos não sou caminhão. O resto tudo pode ser! Não me pesei uma única vez desde que inicie a academia. Não conto calorias do que como (até porque agora ainda daria muito trabalho para contar e o Ideb já diz que não somos bons em matemática. Para quê contrariar as estatísticas?).



Agora, se alguém perguntar se me sinto melhor, bom, aí a resposta ganha sentido: subo escadas sem o celular na mão pronto com o número do SAMU. Já fiz algumas amizades na academia que tornam a frequência divertida, tenho uma relação afetiva com a Jurema (a bicicleta ergométrica mais fofa do mundo) e tenho conseguido controlar um pouco o apetite para fazer valer a pena todo o esforço no sobe, desce, pedala, senta e rola da academia. Acho que já tá valendo né?

terça-feira, 6 de setembro de 2016

Dom Quixote e o elíptico


Puxa vida! Se Dom Quixote já via monstros em moinhos de vento, imagine só o que ele veria na academia?! Diante dos aparelhos de musculação, pilates, cross e toda a parafernália que moram nesses locais de culto ao físico? Queria só ver o que Miguel de Cervantes poderia imaginar para de La Mancha diante do elíptico! Haha. 


Esse “bicho” de quatro braços, anda para frente e para trás. Fica mais leve ou mais pesado conforme o gosto do lutador (Opa! Digo, praticante).

Os especialistas dizem que o elíptico é um aparelho de baixo impacto, mas tenho comigo que eles não testaram direito a jiripoca! O criador do elíptico (e não foi Cervantes), pensou em um aparelho que colocasse menos pressão nas articulações, principalmente para idosos. Pobres dos velhinhos e dos gordinhos! Nada de pressão. Só que não.


O monstrengo quatro braços fortalece o quadríceps e isquitibiais (seja lá onde fiquem esses músculos! Suponho que no corpo de outras pessoas, no meu não).

Dizem os incautos também, que com 30 minutos no elíptico você pode perder até 400 calorias. Não sei se é verdade porque não aguento fazer mais do que 10.

Se no clássico literário o cavaleiro errante também era conhecido com a “triste figura”, imagine como seria chamado depois de uns treinos no elíptico????  Que tal assim: Dom Quixote no elíptico, “a triste, muito triste figura”. Ou, Dom Quixote “o muito deprimido fidalgo” ou ainda,  Dom Quixote, “o pálido, cansado, sem pernas e infeliz cavaleiro”?


Eu que estou mais para Sancho Pança do que para Dulcinéia, só quero forças para fazer os meus 10 minutos por sessão, alternando dois minutos para  frente e dois para trás. Lá no final, minha fidalguia foi para o brejo. Se tivesse uma espada, juro que espetava o elíptico. Melhor não: vai que ele tenha pensamentos vingativos?

sexta-feira, 2 de setembro de 2016

Abdominal Go

Tenho medo de abdominais. Pronto confessei. Esse negócio de flexionar, dobrar, subir, sustentar os músculos da barriga é um pavor para qualquer um. Para gordos, é a passagem para o inferno!

Comecei a academia faz pouco mais de um mês e nesse período já tive o desafio de enfrentar três tipos de exercícios abdominais diferentes. O meio bosú, a prancha e agora o remador. Esse último é a morte! Também conhecido como crunch, o movimento é feito deitado no chão com os ombros e membros inferiores estendidos. Desta posição, realiza-se uma flexão de tronco simultânea com a flexão de quadril, com os braços contornando as pernas flexionadas. Depois volta para a posição inicial e segue a série. 



Para fazer isso, exigse coordenação e força. Não tenho nem uma e nem outra.
Pensa na gorda deitada (essa é a parte boa!) tentando impulsionar o corpanzil e segurar as pernas ao mesmo tempo. Claro que não deu. O máximo que consegui, foi fazer uma meia sola na qual o tronco se ergue levemente do chão e os braços tentam alcançar a breve elevação que as pernas conseguiram atingir. É como dançar uma música fora do ritmo. Ou tentar cantar de uma vez sertanejo e pagode.
Só que eu sou uma gorda esforçada: fiz toda a série assim, na meia boca. Todo o mundo ao redor (e nessas horas em que o gordo sofre, sempre tem uma galera ao redor) tentando me animar. “No começo é assim, a gente demora até conseguir fazer direito”.  “Ahhh, eu também deito e não consigo levantar depois”. “Esse é difícil né”?
Gorda inocente eu... Só queria melhorar o condicionamento físico. Nunca pensei em treinar para as Forças Armadas ou virar ninja!

Bom, eu vim para casa e fui pesquisar os abdominais mais usados em academias para ver porque me indicaram esse - e pasmem, só piora. Os 10 mais eficientes e mais praticados, são terríveis contra gordinhos. Tem o abdominal reto prancha, o reto com pé no alto, o inverso com joelho flexionado, o reto com bastão, reto com halter e pernas estendidas, elevação das pernas na barra, reto na bola suíça, lateral com halter, bicicleta, lateral no apoio.




 Me senti caçando Pokémon: você caça, caça e nunca sobe de nível.  Sem desânimo, vamos lá, Addominal Go!

A supremacia da batata doce


Moda é uma coisa impressionante! Faz costuras sociais incríveis. Dita comportamentos. Não seria diferente na academia. Agora tudo é fitness. Bomba o jeito fit de ser. Esse conjunto de atitudes norteiam desde a conversa do momento até a comida. A queridinha fit da hora  é a batata doce.
O que fizeram com a boa e velha batata frita? Tudo bem que o tubérculo doce tem mais potássio, cinco vezes mais cálcio e o dobro de fibras do que a prima inglesa. Nem a mandioca (que frita é um manjar dos deuses!) ganha em proteína e fósforo. O baixo índice glicêmico da feiosa também auxilia no emagrecimento, mas nada – digo, nada mesmo, supera o sabor da batatinha frita. A crocância, o estilo palito... Jesus!

Eu até compreendo os benefícios da batata doce e de vez em quando, tudo bem. É como chuchu: junto com qualquer coisa de sabor, fica bom. Sozinho, credo! Batata doce caramelada é boa. Por causa do caramelo. Batata doce frita é boa. Porque é frita. Batata doce com carne é ótima. Por causa da carne. Ninguém diz que batata frita é boa por causa de nada. Ela é boa e pronto.
Batata doce é um negócio feio também. A bicha é meia cabeluda. Cozinha e sai uns pelos. Fibra... É do bem, mas não venha dizer que é boa ou bonita. 



Dá uma raiva aquele povo fit, vestido com roupa fit, no restaurante da academia, comendo comida fit e ressaltando a delícia que é a batata doce (fit!).  E só piora. Já vi gente comendo batata doce no café, almoço e janta. Tem até uns que usam aquelas camisetas com frase dizendo “desisitir não é uma opção” ou “na dor há resultado” comendo batata doce na casca. Tem outra coisa também: batata doce no universo fit é quase todo o dia. Imagine comer isso sempre. Que castigo. Estou até com trauma de batata!