sexta-feira, 9 de setembro de 2016

Malhando e andando

Eu não tô nem aí para emagrecer! Eu convivo há muito tempo com meu peso extra. Sinto que minhas capas de gordura são como velhas amigas. A gente se entende. Briga, fica nervosa uma com a outra quando tenta comprar uma roupa nova – é bem verdade, mas depois da crise, a gente volta às boas. É como um revestimento fofinho que amortece. É uma burca às avessas que vem de dentro para fora entre a alma da gordinha e a pele que divide o EU com o mundo exterior.


Isto posto, é importante destacar que eu estou na academia por pura necessidade. É o reconhecimento máximo que uma gorda faz de que é preciso cuidar da saúde. Não é um caso de felicidade. É uma urgência. Feliz mesmo eu fico diante de um pedaço suculento e fumegante de pizza. Ahhh, aquele cheiro da química formada pelo contato do manjericão com o queijo derretido e o licopeno do tomate... Ou de uma massa ao pesto, ou de um risoto de aspargos. Para completar o cenário perfeito do meu paraíso seria incluir um “me afogar” em uma taça de vinho com a garrafa aberta ao lado - cheia de possibilidades. Na vitrola um som legal ao estilo do Black Sabbat, Nirvana, Guns, The Who, Talking Heads, Pink Floyd, ou simplesmente virar o fio para Tim Maia, Legião Urbana ou ainda pirar o cabeção com Vicente Celestino e Altemar Dutra. Luz apagada depois dessa orgia alimentar e musical, sem ninguém para encher o saco. 


Só que a felicidade plena é um engodo. Então, volto à realidade. Sei que tenho que achar um ponto de equilíbrio, nem tão ao céu e nem tão ao inferno.

Quando me perguntam se eu já estou emagrecendo depois dos dias que inicie os treinos na academia, tenho que dizer apenas que não sei. Eu não fiz a maldade comigo mesma de passar pela pesagem antes, durante e depois. Não sou caminhão de carga em excesso que precisa passar pela balança para não ser multada. Bom, ao menos não sou caminhão. O resto tudo pode ser! Não me pesei uma única vez desde que inicie a academia. Não conto calorias do que como (até porque agora ainda daria muito trabalho para contar e o Ideb já diz que não somos bons em matemática. Para quê contrariar as estatísticas?).



Agora, se alguém perguntar se me sinto melhor, bom, aí a resposta ganha sentido: subo escadas sem o celular na mão pronto com o número do SAMU. Já fiz algumas amizades na academia que tornam a frequência divertida, tenho uma relação afetiva com a Jurema (a bicicleta ergométrica mais fofa do mundo) e tenho conseguido controlar um pouco o apetite para fazer valer a pena todo o esforço no sobe, desce, pedala, senta e rola da academia. Acho que já tá valendo né?

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