sexta-feira, 9 de dezembro de 2016

Mulher codeguim


Ei, onde estão as mulheres frutas, carnes e afins com a gastronomia? Saudade da mulher pera, mulher melão, mulher melancia, mulher filé...

Vou relançar a moda e pedir a volta das mulheres com corpo de legumes e outros ingredientes. Na academia poderia ter a mulher batata doce. A versão masculina seria algo do tipo “homem tapioca”. Eu certamente me lanço como a Mulher Codeguim. Típica da Serra Gaúcha, meio morcilha, meio mortadela – no ápice ficou mais para codeguim mesmo.

Tá, vou explicar para quem não está entendendo nada. É que aqui no Sul, o povo adora fazer e consumir embutidos como a morcilha, ou morcela que é um enchido recheado com sangue, gordura e farinha ou arroz que fica escurecido no produto final (Eca!). Tem a mortadela que também é um embutido feito de carnes diversas e “cubos de gordura”.
 

Ahhh, tem outra iguaria aqui na terrinha: o queijo de porco, feito com aparas de suíno, vitela, pedaços de cabeça e patas – tudo temperado com muita pimenta, vinagre e outras coisinhas que só Deus sabe. Fica com aparência e consistência gelatinosa que a italianada “adora”. E agora vem o codeguim. Esse embutido é na verdade uma lingüiça elaborada com carne de porco, couro cozido, gordura e temperos. Na Itália, de onde é originário, é chamado de cotechino.
 

Bem, toda essa explicação para dar sentido à moda da Mulher Codeguim. É assim que me sinto, pois depois de anos sem vestir uma calça Jeans – e todo o gordo sabe o desafio de entrar num jeans – a gordinha meio malhada, meio pelanca caída, veste uma calça antiga e, e, e, e? E entra! Uhul. Só que como se fosse um codeguim. É um troço mal vestido que entorta nas coxas, sobra no quadril, agarra na panturrilha e aperta na cintura. Mas.... entra.
Hummm, ficou esperando a fotinho dela né?! Vou poupá-los dessa visão do inferno. Não quero comprometer o seu sanduíche no futuro. Acho que já foi bastante saber o que tem dentro desses produtinhos que de vez em quando "caem" no nosso prato. Basta.

No verão, salve a Mulher Codeguim!

segunda-feira, 5 de dezembro de 2016

O negócio tá ficando bom


 
Eita mundo bão! E não é que por fora eu ainda sou gorda, mas algo deve estar mudando internamente... Vai que minha alma já está emagrecendo e ficando sarada!? Kkkk

 O fato é que os semelhantes se atraem. Ao menos é o que dizem os versos populares não é?!

Ok, vou contar o feito. No final de semana teve aniversário de colega de trabalho. Entre os seus, foram convidados amigos da infância, gente de fora da cidade, a tchurma da rádio e gentes de momentos especiais da vida do Ivan Sgarabotto. Eu cheguei um pouco atrasada e fiquei mais para o meio da mesa. Não sei como, ao meu ladinho, foram sentando todos os “sarados” da festa. Isso mesmo: eu e os sarados. É claro que no local tinha gente de todo o tipo e biótipo. Magros, altos, fofinhos, sérios, risonhos, mas um único grupo visivelmente identificado pela atividade física. Pessoal de músculos à mostra, pernas torneadas e cintura malhada. Imagina a cena. A única gorda da festa caída de paraquedas no centro com os bombados. Todos praticantes assíduos e apaixonados por academia e afins. O primeiro desafio foi sobre o que falar ou se escolhia se fingir de morto. Bom, resolvi falar. Falamos de receitas sem gordura, os treinos funcionais, as dietas esportivas e a importância de manter projetos pessoais de nutricionista para transformar gordura em músculo. Também falamos sobre a infelicidade do desejo de consumir delícias cheias de calorias. Claro, isso menos. Falamos de Pole Dance (sim tinha uma competidora dessa modalidade) e da importância de não perder treino.
 

Em um certo momento, o grupo sensibilizado com meu peso, reconheceu que viver regrado nem sempre é viver feliz, mas todos concordamos que se cuidar é um mal necessário. Um dos fortes contou que já teve um momento cheinho. Outro forte também revelou que anda cansado de tanta disciplina. Os meninos mais dispostos a ceder, sucumbir de vez em quando. Agora as meninas, uhul! Uma apaixonada por acrobacias contou que não pode vacilar com a alimentação e pude constatar que a guria é bala. Nem diante de uma torta de morango ela cedeu. A outra, muito linda como todas as pertencentes ao grupo, se achava gorda! (corpinho violão!). A outra, nutricionista, não sucumbiu nem ao pãozinho. Só tenho a dizer: gurias, vocês são inspiração!

Eu, a gorda, ali meio perdida, meio achada – fui ficando. Loucura né?! O pessoal gente fina (nos dois sentidos) toparam e até fizemos o registro em fotografia do momento ironia:  gorda e a elite!

 


P.S. Um abraço a Gabriela e seu partner Eduardo, ao Lucas e sua linda nutricionista particular (já que ele é o único em regime de engorda) e o Maurício e sua linda bailarina acrobata queridona. Obrigado por deixar eu me achar! Hahaha. Algo em mim tinha que emagrecer, nem que seja alguma coisa por dentro que ainda não sei identificar...

quinta-feira, 3 de novembro de 2016

Por que você frequenta a academia?


 
Vamos ser honestos? Quando o educador físico te recebe na academia e inevitavelmente pergunta “qual o seu objetivo”, todo o mundo vai nas respostas prontas do socialmente correto.  Espera-se que o perguntado responda frases como: melhorar a saúde, ficar mais resistente, reforçar a musculatura e perder uns quilinhos é claro – assim, no geral.

Quando um gordinho chega na academia, também responde essas frases e elas não são uma completa mentira, mas também não são uma verdade inteira.
 

O que todo o gordinho queria responder na real quando chega na academia é: “quero acabar com a pança e extirpar a parte mole do lado interno da coxa”! É isso. Simples assim. Gordo sofre mesmo não é com o peso geral, mas com as dobras, as sobras e as raspas. Vou explicar. Nas costas, tudo dobra. Na barriga, tudo sobra. Na parte interna da coxa, tudo raspa.

Pensa num gordinho que a pança balança o tempo todo. É como se a gente praticasse Zumba  o dia todo, todas as horas só que sem música, sem luzes, sem o professor bonitão. Aquela pochete que a gente carrega insiste em fazer movimentos involuntários. Parece que a gente tem espasmos permanentes. Dá uma raiva.

Na parte interna da coxa então, a raiva é associada à dor. Se o gordo inocente resolver usar uma calça com a perna mais larga, uma saia no caso das meninas ou uma bermuda mais curta - é assadura na certa. O negócio começa a friccionar, esquentar e no final dá para fritar um ovo, um bife... Hummm já começou a melhorar!

O pior é que essa é uma verdade das muitas verdades veladas por aí. Os gordinhos sabem que é assim, mas fingem que é um problema só seu. Não é não. É de todos os mais cheinhos. As academias sabem que isso é comum, mas não colocam um programa específico, mais certeiro. A gente não fala e demora mais para atingir o resultado desejado.
 

Enfim, por um mundo com mais verdade, menos panças involuntárias e coxas assadas!

segunda-feira, 31 de outubro de 2016

Meu pingente de academia

Todo o universo do marketing pensa em frases tão boas para expressar ideias que caibam em uma camiseta. É por isso que nascem essas frases feitas que a gente acaba adotando e de tanto que falam, ninguém mais sabe como surgiram. Bom, eu sou uma gorda chique! Eu não tenho camiseta (até porque elas são muito pequenas e a cada braço levantado a gente paga pança!). Eu tenho pingente de academia! Hahaha.


A amiga Catelini Padilha é uma artesão de mão cheia. Motivada pelo blog e minhas aventuras contra garrafinhas de Marte, bolas de pilates que se confudem com bolas praticantes, esteiras enfeitiças, relógios comprados no leilão do inferno, conversinha e músicas de academia – ela resolveu me presentear com um pingente que na frente é uma obra de arte e atrás carrega uma mensagem que diz tudo: “GO”.

A ideia sintetiza muito bem tudo que deve ser dito e pensado nesse momento. Então, vou usar como hashtag. Vai ser assim: #GoAcademia. Fala sério. Ficou ótimo!


Perdeu turma do marketing!!!

A saga da salada


Depois de dias afastada, resolvi falar dos assuntos aqui do blog por vídeo. Nesse, a ideia é reforçar a continuidade do programa de treinamento, mesmo que devagar e contar sobre o aumento do consumo de legumes e verduras. São baldes de alface e brócolis!

A gorda aranha


Agora com suplementos da ATP. Cápsulas termoativas para acelerar metabolismo e chá com mix energético. Com todo esse incentivo só tenho um recado para a mulher gato: perdeu!

Que mensagem você colocaria na sua camiseta de academia?

Conseguir expressar em uma frase curta todo um sentimento ou pensamento sobre uma causa, um assunto ou uma missão – não é fácil. Mas, o pessoal de academia, como sabemos, é muito criativo.

 Tem aquelas frases do tipo “Desistir não é uma opção”, “Força e foco”, “Sem dor não há resultado”. 

Elas são simples e mandam o recado. Só que para gordinhos é um verdadeiro absurdo. Aliás, sei lá se só para gordinhos. Essas mensagens estão mais no mecânico do que no âmbito da razão. É meio piloto automático.


 


Na real, eu tenho vontade de bater em quem diz essas frases repetidas. Eu quero ter opção de escolher, de desistir, de trocar, de não ir, de me mudar para Paris!

Manter o foco e a força na atividade física soa meio como aspirante à vaga do Capitão Nascimento em Tropa de Elite e achar que sentir dor é uma coisa boa e inevitável para obter o corpo desejado, parece estratégia da Inquisição contra Joana D’Arc. Não sirvo para nenhuma delas.

Se eu fosse elaborar minha campanha de marketing na academia, a camiseta seria algo do tipo família tartaruga: “Devagar e sempre”, “Fé e Coragem”, “Vai que Termina” ou ainda “Segura o Tchan”, “Não para que Piora”, “Aproveita o Embalo”, “Firme como Poste em Banhado”.

Outra questão que me intriga profundamente, já que estamos na vibe de camisetas, é porque encurtaram todas as camisetas do mundo???? Tudo virou baby look. Aquelas camisetinhas pitocas que levanta o braço aparece a pança?
Resumindo a ópera, esquece a camista!


segunda-feira, 10 de outubro de 2016

Papo franco com Beverli Rocha


Como seria o mundo se a gente pudesse ser 100% sincero, franco e verdadeiro? Se as pessoas falassem umas com as outras diretamente, sem filtros e censuras sociais? Se o mimimi caísse por terra? Seria o meu sonho de paraíso. Adoro franqueza, mas no mundo do politicamente correto, a gente se abstém. Finge, omite, suporta, ri – às vezes até motivado por um certo nervoso que algumas situações nos causam.

Como esse mundo sincero total não existe, vou me manter no universo da franqueza no que tange a academia. Hoje, pelo lado das coisas que a gente finge que sabe, mas não sabe. É como no universo da tecnologia quando falamos de sistema operacional, dispositivo móvel, mobile, aplicativos como snap, e alguns serviços do Google como o ads e alerta, mas na verdade é um monte de gente tentando dominar um mar revolto de incertezas e desconhecimento. Nesse item, está tudo em construção. Gentileza e educação seria apenas reconhecer. A gente entra na fila falando um monte de nomes bonitos e tentando praticar as novidades mesmo não entendendo patavina nenhuma de verdade. Fala difícil. Cara de inteligente. É moda.

A gastronomia também é farta de exemplos. Quer ver? Sabe aquele grupo de pessoas que vai em festas chiques com uma mesa montada em pratos, talheres e copos em uma determinada ordem com entradas, pratos quentes e frios que sabe Deus como decoram a ordem do negócio.  A gente dá aquela olhadinha básica e sai imitando aqueles que “parecem” saber mais pela destreza, falta de medo ou falta de vergonha. 


Na academia é mais ou menos o mesmo: tem aparelho que trabalha tríceps, bíceps e outros músculos. Tem os aparelhos com nomes alemães, tem os mais descolados que lembram nomes gregos ou russos. Nós, os incautos, entramos nessa onda e copiamos os demais. Rimos quando todos riem. Achamos bom aquilo que a maioria também acha. Falamos de dietas e comidas insossas porque a galera tá curtindo isso no momento. Agora imagina se colocássemos em prática a franqueza nesse ambiente?


 Vai aí cinco exemplos bem diretos:
1 - A bonitona que comeu batata doce no almoço e fica contando para todo o mundo como se fosse um troféu. (coitada, imagina o pum musculoso que ela vai soltar daqui um pouco!).

2 – A mina com a calça colada tipo “bunda de fora”. (Querida, esse capô gordinho não pega bem).

3 – O tiozinho que vai na academia paquerar e azarar a mulherada. (Chupa-cabra do cão! Vai se catar!).

4 – Promoção de academia: pague livre só um pouquinho a mais do que três vezes por semana. (Fala sério, não consegue nem manter as três vezes?).


5 – Discurso de terapia durante o treino: o filho, o marido, a barriga, o patrão, as doenças, a vida... (Ai meu Deus! Melhor ouvir isso do que ser surdoooo.).

quarta-feira, 5 de outubro de 2016

Pensar magro???


Que balela é essa de pensar magro gente?! Ninguém pensa magro, nem mesmo os magros.
Eu conheço um monte de magrinhos que comem mais do que eu e pensam mais em comida do que o Anonymus Gourmet! É sério. Quem é o senhor ou senhora incrível que pensa em maçã, berinjela ou alface? A turma fit come batata doce, mas pensa em brigadeiro. Tenho certeza. Até porque pensar é um ato que exige esforço do vivente. Comer e malhar estão no âmbito do mecânico. A gente faz essas coisas na mecanicidade da rotina porque está habituado.


 É como escovar os dentes. Se a sua mãe foi uma senhora eficiente e te ensinou a escovação e o banho, você vai fazer isso sem pensar. Você LEMBRA que tem que escovar os dentes, tomar banho, comer frutas e legumes. E também você SABE que isso é necessário e por isso inclui na sua rotina. Passa a fazer parte. É por isso que eu afirmo: não existe essa de PENSAR magro. A gente tem que AGIR magro. Isso sim!

Hoje eu comprovei o fato. Tive um “clique” na coluna (não gente, não foi na academia, foi na faxina. Foi na coluna e fazendo faxina – para ficar claro, porque lendo em voz alta parece que o clique foi noutro lugar).  


Precisei ficar uns dias cuidando para sentar, levantar, deitar. Fiquei uma semana fora da academia. A boa notícia é que depois de três meses, já estou meio habituada e na volta foi menos difícil. Fiz o treino na segunda e hoje já pensei em faltar (eu sempre penso em alguma desculpa para faltar). Então eu me dei um golpe. Saí que nem ninja: dei um coice na preguiça, um soco no sono, vesti a roupa de academia (isso é outro capítulo à parte), calcei o tênis bonzão e fui. Não PENSEI. AGI.

Então meu amores, o negócio não é pensar magro. Ficar tentando gostar de todos os legumes, shakes e sucos alucinógenos que a gente imagina que faz a alegria do paladar dos malhados. Isso é engodo. O que funciona para os magros é que eles não pensam. Eles agem.



Conclusão: estou super feliz, pois essa de pensar magro como estratégia propagada a passo largo sempre me irritou. Parecia uma heresia contra o ato de pensar. Agora tá tranquilo. Tá favorável.

terça-feira, 4 de outubro de 2016

A gorda adormecida



Era uma vez, uma gordinha muito gente boa. Ela era feliz e muito ativa. Adorava comer, conversar, rir e ler. Agitada e sempre disposta, a gordinha só não tinha paciência para exercícios físicos. Gostava das coisas da mente e da alma. Um dia, uma bruxa muito malvada chamada Estatística Médica, ciumenta da vida feliz que a gordinha levava, anunciou um feitiço. “Se a gordinha, no tempo de 100 dias, não aprender a correr, pular, saltar e rolar no reino da Academia, ela vai móóórrer!”.
Assustada com o prenúncio da maldade, a gordinha foi para o reino da Academia e começou a se exercitar três vezes na semana. Assim, ela tinha três dias para sofrer, dois para pensar em um jeito de desistir  e o final de semana para ganhar fôlego e se recuperar. 

Parecia que tudo daria certo, mas a gordinha vivia com sono. 


Ela malhava e bocejava. Saia do treino e tinha que dormir. O cansaço do corpinho tomou conta. Ela não móóórreu, mas se transformou na gordinha adormecida.



Era isso.

terça-feira, 27 de setembro de 2016

Cindegorda e a academia de cristal


Ao Sul da República das Bananas, morava uma jovem, linda e fofinha princesa. Ela nasceu em uma época e lugar no qual todos gostavam de comer. Se estavam tristes, comiam para compensar. Se ficavam alegres, comiam para comemorar. Entre tristezas e felicidades, a menina cresceu, cresceu... 

Junto com ela, muitos moradores do lugar também estavam fofos. Foram todos para a academia fazer exercícios. Lá, o ponto mais interessante era a área dos cristais, onde o fiel praticante podia se ver refletido.  A Cindegorda, não caiu nessa da área de cristal. Ela conheceu o belo Narciso e sabia como essa história terminava. Então, tirou o sapatinho, calçou o tênis e foi à luta.



A turma da academia de cristal começou a comer batata doce e alface. Cindegorda preferia coxinha de frango, enroladinho de salsicha, sanduíche de salame e fortaia de queijo Serrano.
Cindegorda malhou, malhou e ainda não emagreceu nada, mas ela tem até a meia noite para perder peso ou encontrar o príncipe encantado que pode chegar a galope na esteira.

Cindegorda é otimista: se nada der certo, ainda tem a abóbora. Caramelada fica boa.



The End

sexta-feira, 23 de setembro de 2016

A gorda na academia e os contos de fadas

O título de hoje é...

A gorda vermelha e a academia do mau



   Era uma vez, uma jovem gordinha que adorava vermelho. Ela era feliz e andava com seu véu esvoaçante vermelhinho sobre sua cabeça. A gordinha vermelha, como era conhecida por todos, saiu de casa com sua linda cestinha na qual ela pretendia colher as flores da primavera. Um belo dia, sem que percebesse, foi conduzida por uma mão misteriosa e invisível do tempo em que ela vivia e que orientava a todos a praticar academia. 


A gordinha vermelha foi falando com os passarinhos pelo caminho, se distraindo com as padarias da vida, beliscando guloseimas aqui e ali até que acabou se deparando com a academia do mau. No horário que ela chegou, muitos vovôs e vovós frequentavam e a sinergia foi imediata. A gordinha vermelha, ingênua - ficou encantada com o lugar e começou a ir lá três vezes por semana. Foi tudo muito natural e alegre até que um dia a gordinha vermelha achou muito estranho os aparelhos que lá estavam e começou a considerar: para quê essas esteiras tão barulhentas?

 Ao que a academia do mau respondia sucessivamente: é para te fazer correr gordinha. E para quê esses halteres todos? É para te deixar mais forte gordinha. E para quê essas cordas de crossfit? É para te destruiiirrrrr.



Fim.

segunda-feira, 19 de setembro de 2016

Quem inventou isso?


 
    A musculação é muito, muito antiga. Há registros históricos de que tenha iniciado na Antiga Grécia com Milon de Creton que costumava levantar um bezerro nas costas, mas o início moderno do fisiculturismo foi mesmo em 1901 com a primeira competição chamada “O Físico mais Fabuloso do Mundo”.  Esse campeonato foi idealizado e realizado por Eugene Sandow em Londres e por isso, ele é considerado o pai da musculação.


 Já o Pilates surgiu nos idos da primeira guerra mundial quando Joseph Hubertus Pilates inventou e aperfeiçoou a técnica em um campo de concentração. 

O Crossfit foi inventado pelo ex-ginasta americano Greg Classman em 2000. O treinamento funcional existe desde 1949 com conhecimentos adotados da fisioterapia nos Estados Unidos e Europa. A técnica funcional mais conhecida foi descoberta pelo Dr. Izumi Tabata em Tóquio.
 


 O boxe já é conhecido desde 1500 a.C., mas a versão mais atualizada surgiu no século 17 com o nobre inglês Marquês de Queensbury que criou as primeiras regras. O boxe foi se consolidando no universo dos esportes com os campeões famosos como Muhammad Ali.


Agora, quem foi o miserável, essa cruza do capiroto com a cuca - que inventou o uso de todas essas modalidades juntas?????  Bonito hein! Pegam uma gordinha ingênua, alegre e faceira na academia e criam um treino com tudo isso junto incluído!
 

Desde que comecei a freqüentar a academia esse ano, já percebi mudanças no espaço físico do local. Além dos tradicionais aparelhos com nomes de alemães, ingleses e russos, tem as bolas, molas e borrachas do Pilates. Gradativamente apareceram pneus de caminhão e cordas do crossfit. Vieram logo em seguida, as camas elásticas e os apetrechos para o funcional. Agora surgem os sacos de areia pendurados ao alto do boxe. Cruzes, isso sim parece um campo de concentração!

 Só falta inserir bezerros carregados nas costas para retornar às origens...

Conclusão: entre narcisos e ninjas, academia é um negócio do mal!

quarta-feira, 14 de setembro de 2016

10 pensamentos do dia



1-      Primeiramente, minhas panturrilhas doem. Segundamente, elas continuam a doer.
2-      Não me entendam mal. Eu não sou coxinha nem petralha. Sou gorda e se fosse obrigada a escolher uma opção, seria com certeza coxinha: porque dá para comer.


3-      Toda a gente bacana tem um plano A e B para as coisas da vida. O vinil, que também era bem bacana, tinha lado A e B. Eu que sou gorda, tenho treino A e B. Não é para ser bacana. É só para sofrer mesmo.
4-      Aparelhos de musculação têm nomes esquisitos. No meu treino B tem Flexão Horiz. Na onda dos nomes esquisitões, achei que era um tipo de aparelho com nome alemão, meio nazista. Não era.
5-      Pensei que o nome do bicho era Horiz, do tipo que se lê “Rôriz”. Bem que podia né? Vai que fosse um aparelho inventado por um parente do Mengele? Esse fazia experimentos genéticos com ares de maldade em humanos. A tal da Flexão Horiz é pura maldade com a panturrilha gorda. Teria lógica...
6-      Foi a Flexão Horiz que acabou com minhas panturrilhas nessa semana e o nome não é alemão, é apenas a abreviação de Flexão Horizontal. (haha)
7-      A Flexão de Coxa Horizontal (o nome certo é esse) deveria trabalhar todo o sistema muscular de pernas e glúteos. No meu caso, ficou tudo concentrado na panturrilha. Pensa em caminhar ou levantar com essa parte da perna inutilizada? Agora eu sei como anda um “perna de pau”.


8-      No meu treino B, tem ainda o exercício de lombar em aparelho. Esse trem mexe com o ciático de gordo.
9-      Agora pensa numa gordinha com dor na panturrilha e no ciático ao mesmo tempo?

10-   Gordinhos com o ciático sensível, descobrem que esse nervo passa por caminhos no seu corpo que você não acreditaria. Ele sai de uma ramificação da coluna, passa por trás nos grandes, muitos grandes glúteos e vai para as pernas. Imagina? Não consegue? Sorte sua!

sexta-feira, 9 de setembro de 2016

Malhando e andando

Eu não tô nem aí para emagrecer! Eu convivo há muito tempo com meu peso extra. Sinto que minhas capas de gordura são como velhas amigas. A gente se entende. Briga, fica nervosa uma com a outra quando tenta comprar uma roupa nova – é bem verdade, mas depois da crise, a gente volta às boas. É como um revestimento fofinho que amortece. É uma burca às avessas que vem de dentro para fora entre a alma da gordinha e a pele que divide o EU com o mundo exterior.


Isto posto, é importante destacar que eu estou na academia por pura necessidade. É o reconhecimento máximo que uma gorda faz de que é preciso cuidar da saúde. Não é um caso de felicidade. É uma urgência. Feliz mesmo eu fico diante de um pedaço suculento e fumegante de pizza. Ahhh, aquele cheiro da química formada pelo contato do manjericão com o queijo derretido e o licopeno do tomate... Ou de uma massa ao pesto, ou de um risoto de aspargos. Para completar o cenário perfeito do meu paraíso seria incluir um “me afogar” em uma taça de vinho com a garrafa aberta ao lado - cheia de possibilidades. Na vitrola um som legal ao estilo do Black Sabbat, Nirvana, Guns, The Who, Talking Heads, Pink Floyd, ou simplesmente virar o fio para Tim Maia, Legião Urbana ou ainda pirar o cabeção com Vicente Celestino e Altemar Dutra. Luz apagada depois dessa orgia alimentar e musical, sem ninguém para encher o saco. 


Só que a felicidade plena é um engodo. Então, volto à realidade. Sei que tenho que achar um ponto de equilíbrio, nem tão ao céu e nem tão ao inferno.

Quando me perguntam se eu já estou emagrecendo depois dos dias que inicie os treinos na academia, tenho que dizer apenas que não sei. Eu não fiz a maldade comigo mesma de passar pela pesagem antes, durante e depois. Não sou caminhão de carga em excesso que precisa passar pela balança para não ser multada. Bom, ao menos não sou caminhão. O resto tudo pode ser! Não me pesei uma única vez desde que inicie a academia. Não conto calorias do que como (até porque agora ainda daria muito trabalho para contar e o Ideb já diz que não somos bons em matemática. Para quê contrariar as estatísticas?).



Agora, se alguém perguntar se me sinto melhor, bom, aí a resposta ganha sentido: subo escadas sem o celular na mão pronto com o número do SAMU. Já fiz algumas amizades na academia que tornam a frequência divertida, tenho uma relação afetiva com a Jurema (a bicicleta ergométrica mais fofa do mundo) e tenho conseguido controlar um pouco o apetite para fazer valer a pena todo o esforço no sobe, desce, pedala, senta e rola da academia. Acho que já tá valendo né?

terça-feira, 6 de setembro de 2016

Dom Quixote e o elíptico


Puxa vida! Se Dom Quixote já via monstros em moinhos de vento, imagine só o que ele veria na academia?! Diante dos aparelhos de musculação, pilates, cross e toda a parafernália que moram nesses locais de culto ao físico? Queria só ver o que Miguel de Cervantes poderia imaginar para de La Mancha diante do elíptico! Haha. 


Esse “bicho” de quatro braços, anda para frente e para trás. Fica mais leve ou mais pesado conforme o gosto do lutador (Opa! Digo, praticante).

Os especialistas dizem que o elíptico é um aparelho de baixo impacto, mas tenho comigo que eles não testaram direito a jiripoca! O criador do elíptico (e não foi Cervantes), pensou em um aparelho que colocasse menos pressão nas articulações, principalmente para idosos. Pobres dos velhinhos e dos gordinhos! Nada de pressão. Só que não.


O monstrengo quatro braços fortalece o quadríceps e isquitibiais (seja lá onde fiquem esses músculos! Suponho que no corpo de outras pessoas, no meu não).

Dizem os incautos também, que com 30 minutos no elíptico você pode perder até 400 calorias. Não sei se é verdade porque não aguento fazer mais do que 10.

Se no clássico literário o cavaleiro errante também era conhecido com a “triste figura”, imagine como seria chamado depois de uns treinos no elíptico????  Que tal assim: Dom Quixote no elíptico, “a triste, muito triste figura”. Ou, Dom Quixote “o muito deprimido fidalgo” ou ainda,  Dom Quixote, “o pálido, cansado, sem pernas e infeliz cavaleiro”?


Eu que estou mais para Sancho Pança do que para Dulcinéia, só quero forças para fazer os meus 10 minutos por sessão, alternando dois minutos para  frente e dois para trás. Lá no final, minha fidalguia foi para o brejo. Se tivesse uma espada, juro que espetava o elíptico. Melhor não: vai que ele tenha pensamentos vingativos?

sexta-feira, 2 de setembro de 2016

Abdominal Go

Tenho medo de abdominais. Pronto confessei. Esse negócio de flexionar, dobrar, subir, sustentar os músculos da barriga é um pavor para qualquer um. Para gordos, é a passagem para o inferno!

Comecei a academia faz pouco mais de um mês e nesse período já tive o desafio de enfrentar três tipos de exercícios abdominais diferentes. O meio bosú, a prancha e agora o remador. Esse último é a morte! Também conhecido como crunch, o movimento é feito deitado no chão com os ombros e membros inferiores estendidos. Desta posição, realiza-se uma flexão de tronco simultânea com a flexão de quadril, com os braços contornando as pernas flexionadas. Depois volta para a posição inicial e segue a série. 



Para fazer isso, exigse coordenação e força. Não tenho nem uma e nem outra.
Pensa na gorda deitada (essa é a parte boa!) tentando impulsionar o corpanzil e segurar as pernas ao mesmo tempo. Claro que não deu. O máximo que consegui, foi fazer uma meia sola na qual o tronco se ergue levemente do chão e os braços tentam alcançar a breve elevação que as pernas conseguiram atingir. É como dançar uma música fora do ritmo. Ou tentar cantar de uma vez sertanejo e pagode.
Só que eu sou uma gorda esforçada: fiz toda a série assim, na meia boca. Todo o mundo ao redor (e nessas horas em que o gordo sofre, sempre tem uma galera ao redor) tentando me animar. “No começo é assim, a gente demora até conseguir fazer direito”.  “Ahhh, eu também deito e não consigo levantar depois”. “Esse é difícil né”?
Gorda inocente eu... Só queria melhorar o condicionamento físico. Nunca pensei em treinar para as Forças Armadas ou virar ninja!

Bom, eu vim para casa e fui pesquisar os abdominais mais usados em academias para ver porque me indicaram esse - e pasmem, só piora. Os 10 mais eficientes e mais praticados, são terríveis contra gordinhos. Tem o abdominal reto prancha, o reto com pé no alto, o inverso com joelho flexionado, o reto com bastão, reto com halter e pernas estendidas, elevação das pernas na barra, reto na bola suíça, lateral com halter, bicicleta, lateral no apoio.




 Me senti caçando Pokémon: você caça, caça e nunca sobe de nível.  Sem desânimo, vamos lá, Addominal Go!

A supremacia da batata doce


Moda é uma coisa impressionante! Faz costuras sociais incríveis. Dita comportamentos. Não seria diferente na academia. Agora tudo é fitness. Bomba o jeito fit de ser. Esse conjunto de atitudes norteiam desde a conversa do momento até a comida. A queridinha fit da hora  é a batata doce.
O que fizeram com a boa e velha batata frita? Tudo bem que o tubérculo doce tem mais potássio, cinco vezes mais cálcio e o dobro de fibras do que a prima inglesa. Nem a mandioca (que frita é um manjar dos deuses!) ganha em proteína e fósforo. O baixo índice glicêmico da feiosa também auxilia no emagrecimento, mas nada – digo, nada mesmo, supera o sabor da batatinha frita. A crocância, o estilo palito... Jesus!

Eu até compreendo os benefícios da batata doce e de vez em quando, tudo bem. É como chuchu: junto com qualquer coisa de sabor, fica bom. Sozinho, credo! Batata doce caramelada é boa. Por causa do caramelo. Batata doce frita é boa. Porque é frita. Batata doce com carne é ótima. Por causa da carne. Ninguém diz que batata frita é boa por causa de nada. Ela é boa e pronto.
Batata doce é um negócio feio também. A bicha é meia cabeluda. Cozinha e sai uns pelos. Fibra... É do bem, mas não venha dizer que é boa ou bonita. 



Dá uma raiva aquele povo fit, vestido com roupa fit, no restaurante da academia, comendo comida fit e ressaltando a delícia que é a batata doce (fit!).  E só piora. Já vi gente comendo batata doce no café, almoço e janta. Tem até uns que usam aquelas camisetas com frase dizendo “desisitir não é uma opção” ou “na dor há resultado” comendo batata doce na casca. Tem outra coisa também: batata doce no universo fit é quase todo o dia. Imagine comer isso sempre. Que castigo. Estou até com trauma de batata!